Segundo o site significados.com.br, comunicação é uma palavra derivada do termo latino "communicare", que significa "partilhar, participar algo, tornar comum". Através da comunicação, os seres humanos e os animais partilham diferentes informações entre si, tornando o ato de comunicar uma atividade essencial para a vida em sociedade.
E na área odontológica a comunicação não é diferente, é o processo de partilhar informações, que auxiliam a evitar imprevistos e insucessos, pois quando bem feita, integra melhor os envolvidos na situação e permite que cada um insira sua própria consideração construindo um planejamento refinado que conta com a soma de conhecimento e experiências de todos.
Fazendo uma pesquisa no Google, que tem como resultado as definições da Oxford Languages, planejamento é "serviço de preparação de um trabalho, de uma tarefa, com o estabelecimento de métodos convenientes; planificação." Logo o planejamento até pode ser feito apenas por uma pessoa, mas quando mais de um individuo esta envolvido no projeto é que percebemos a importância da comunicação, pois as informações devem fluir de um individuo para outro, afim de que todos tenham a mesma visão e trabalhem para alcançar o mesmo resultado, e assim, os três tipos de informações que são essenciais, e base para construir um bom planejamento são:
Expectativas do paciente: é o que o paciente espera do tratamento, sua principal queixa, suas referências de padrão estético, e o que influenciou a optar pelo tratamento. Sem essa informação como guia do tratamento, tanto o dentista quanto o técnico tendem a executar suas etapas da forma como cada um entende como é melhor, o problema é que conforme os processos vão sendo realizados, ou são necessários muitos ajustes, ou o paciente vai aceitando tudo para no final mostrar sua insatisfação com o que foi entregue. Podendo ser estabelecidas com entrevistas, imagens de referência, vídeos, etc.
Condição clínica do paciente: são as informações sobre a situação clínica do paciente, como implantes, restaurações, ausências dentais, coloração dental, analise endodôntica, ortodôntica e periodôntica. Para profissionais experientes em uma condição de planejadores, quanto mais complexo for um tratamento, mais importante são essas informações, pois eles podem indicar processos e materiais que melhor irão atender as necessidades observadas, e conseguirão prever e solucionar condições e situações que se ignoradas poderiam fazer surgir falhas ou insucessos no tratamento.
Plano de tratamento: são os procedimentos que serão executados, sua forma e ordem. Ou seja, como será desenvolvido o planejamento estético, como ele será provado pelo paciente, quais os procedimentos que o paciente precisará realizar antes das restaurações, como precisarão ser os preparos, qual material melhor atenderá as necessidades específicas do caso, e outras intervenções que o paciente precisará receber.
Então, qual é o modelo e as ferramentas para alcançar o melhor resultado? Na verdade a melhor forma é aquela que ambos os profissionais possam compartilhar com facilidade, organizá-las e ter versatilidade em acessar e editar essas informações. E todas as ferramentas, plataformas e maneiras são válidas, como uso fotos, documentos, exames e arquivos 3D, compartilhados por Whastapp, Dropbox, Google Drive, ou inseridos em alguma outra plataforma de armazenamento na nuvem.
Para concluir, podemos entender um caso clinico como uma reforma de casa, na qual o paciente é o cliente que deseja realizar a reforma, e os dentistas e técnicos se revezam e fazem os papeis de engenheiros, mestres de obras e operários. Quando todos tem a mesma visão, a obra é entregue da maneira como o cliente pediu, no tempo previsto, com o orçamento esperado, mas quando não se tem uma comunicação eficiente, cada um faz sua parte isoladamente e retrabalhos são necessários para ajustar detalhes que acabaram por ser ignorados, gerando insatisfação, maior tempo de entrega e gastos imprevistos.